Salessuir

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Goiás, Brazil
Com este nome dá para pensar que sou única, né? E sou,embora saiba que exista pelo menos uma outra salessuir por este mundão de meu Deus.Dela tenho esta única informação.De mim sei que já vivi o suficiente para saber de muita coisa e o bastante para entender que falta muito por aprender. Até que a Morte diga: Chega!
Direito de ir e vir daqui pra lá e de lá pra cá, não é ser livre... É gaiolar.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sobre escrever e ser lida... Ou não.


Acho...
Acho não, Creio, é mais chique, que todo mundo ao se aventurar no mundo da escrita, oscila radicalmente entre duas questões: Ser mais ou, pelo menos, igual a um... Machado de Assis, pretensão obrigatoriamente ENORME, e fazer um esfoooooooooooorço gigantesco, para não passar de qualquer coisa tipo... Bem menos que livro de auto-ajuda, afinal tem um bocado desses livros, nas mais diferentes áreas, que, com certeza, não ajudou o leitor mais auto-ajudou seu criador por, pelo menos, uns seis meses.


Então...
A gente se esconde. Rabisca umas coisas para uma Gaveta, com letra maiúscula porque não é qualquer gaveta. É a GAVETA! Aquela que ninguém, mas ninguém mesmo pode mexer.  Aquela que não é organizada. Parece um buraco sem fundo. Todo papel importantíssimo que você precisa, está lá, mas você nunca acha e ai de quem cismar, pensar, tentar ou ousar em procurar. Só ela pode e só ela é obrigada a ler, guardar segredo sobre suas coisinhas carinhosamente chamadas de Guardados ou Desabafos. Escreve uma ou outra linha em bilhetinhos, cartinhas e tantos outros inhos para colegas e amigos, que, por serem justamente seus amigos, acham você o máximo. E Amigo, acreditem, tem mesmo o poder de fazer você se achar o bambambam: quase um Machado! E passam a te encher o saco. Te atazanar ou incomodar, se preferirem. Por que cargas d’agua eles sonham em ter um amigo que escreve? E aí começam: porque não escreve um Blog? Já pensou em escrever um livro? Amo seu jeito de escrever, não tem jeito de você fazer alguma coisa com isso? Eu quero, admito, que você vire uma escritora -  acham que é mágica. Que você é dez para escrever: Nooosa, se eu escrevesse assim... Eu faria assado... Etc.
O resto fica escondido nas reticências e no etcetera, o qual Ziraldo, aquele de um monte de meninos, desenhista e escritor maluquinho, já dizia ser um pro-tudo. Aqui se esconde um bocado de coisas que jamais, jamais saborearemos.

Aí...
Você, que pode até não ser lá essas coisas pra escrever, mas não é bobo e nem nada, começa a fazer conjecturas. Relê todos os guardados. E não à toa cria brechas: Peraí... Machado de Assis, certamente, não se achava o que todo mundo louco por ele acha que ele é. Tudo bem que ele lia, fazia e acontecia, mas escrever bem é treino. Lógico que ele foi treinando, treinando, treinando até virar um imortal. Tai: Imortal não nasce imortal. Um dia ele fez parte da turma dos pobres mortais, inclusive contou um montão assim de histórias que só acontece com quem vai morrer mesmo. E outra: nem todo mundo gosta dele logo de cara. Tem gente que demora pra gostar e outros tantos que só o descobrem bem mais tarde, quando se acham maduros. Gente que não vai gostar dele nunca. Nem dele, nem de ninguém. E gente que gosta dele e de Adelaide e Adélia, Bertold Brecht e Bernado, Cacaso e Cecília, Dante desde antes de Drummond, Éça e Veríssimo. Gostam do Pessoa nas pessoas, da rosa no Rosa, de Hilda, de Ignácio, dos Josés: Alencar, Lins, Veiga e Saramago. Joãos, Lya, Lygias, Millôr, Murilo, Manoel de Barros, Nelson Rodrigues, Tráááááágico! Ruth Rocha e... ETCETERA. É gente demais. Um alfabeto inteiro. Gordos, magros, altos, baixos, alegres, amados, odiados, apaixonantes e apaixonados, depressivos. Mais mortais do que Imortais. É tanta gente, que se aventurar na escrita pode dar em alguma coisa.

Assim nasceu a hora de mostrar algumas coisas da Gaveta. Não todas. O processo é lentíssimo. Todos que têm Gavetas desta natureza sabem o tanto que é difícil se abrir para o mundo. Para saber se os amigos não estão equivocados, é possível algumas coisas saírem de lá, pelo critério do gosto. Avulsos.  Fora de ordem, mesmo.  E se não der em nada... Creio, creio não, acho, aqui é acho mesmo, que com pelo menos dois amigos posso contar. Ai deles se não lerem. Faço-os viver outra aventura que não da leitura: barranco abaixo, não é não? Melhor: faço-os ler todas as coisinhas que podem rimar e outras tantas da mesma importância para aquela Gaveta. Ela irá se sentir, no mínimo... Justiçada!  

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