Salessuir

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Goiás, Brazil
Com este nome dá para pensar que sou única, né? E sou,embora saiba que exista pelo menos uma outra salessuir por este mundão de meu Deus.Dela tenho esta única informação.De mim sei que já vivi o suficiente para saber de muita coisa e o bastante para entender que falta muito por aprender. Até que a Morte diga: Chega!
Direito de ir e vir daqui pra lá e de lá pra cá, não é ser livre... É gaiolar.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Peraltices


Criança peralta é um porre. A gente não sabe onde ela esta. Nunca. Achamos que a temos sobre controle, que ela esta lá no cantinho e a criaturinha por aí. Solta. Se pudéssemos amarraríamos essas coisas. Criança quieta também é um porre. A gente não sabe o que ela tem nem o que ela quer. Atiça a alminha lá no seu cantinho e não sabe o que vem por aí. Se soubéssemos não cutucaríamos. Elas desencantam e se juntam as outras num plano maquiavélico: conjugar o verbo peraltear. Elas, peraltas ativas e peraltas adormecidas, saem, antes fossem todas juntas, e brotam como flor formosa. Daí é um Deus nos acuda: Viram heróis. São felizes a qualquer custo. Não interessam onde estão: quintal ou apartamento. Sobem em árvores. Não qualquer árvore. Tem de ser a mais alta, com os galhos mais podres. Andam de bicicleta. Não um passeio normal que não tem graça. Tem de ser daqueles passeios que incluem no roteiro a calçada da velha mais chata da rua, melhor ainda se a estiverem cimentando e o cimento estiver úmido. A sala de casa, assim que a mãe termina de limpar também. Todos os montes de terra. Se não tiver monte que se faça rampas. Uma hora elas... Caem. E não estão maduras. Sabem onde elas se recuperam? Esquiando nas escadas. Fugindo para a casa onde jamais a procuraríamos. Se atracando com outras criaturinhas aos puxões de cabelos, escrevendo novas historias em paredes recém-caiadas, cuidando das flores nos jardins alheios: arrancam todas. Pregam chicletes em cadeiras, jogam pedras em vidraças, só jogam bola onde não tem jeito de jeito nenhum, desamarram cadarços dos outros e colocam cestos de lixo para cair na cabeça de professores: ô peraltice antiga, mas ainda funciona. Hoje em dia, graças a Deus, quase não tem criança que se afoga, mas continuam lavando gatos em tanques, engolindo botões, moedinhas, são mesmo uns monstrinhos: Adoráveis. Vivos. Já dizia o poeta que melhor não tê-los, mas se não os temos, como sabê-los? Chupam gilete, bebem xampu, ateiam fogo no quarteirão, são loucos, mas são a coisa mais linda: com um sorriso desmontam a gente, com as traquinagens mostram o quanto estamos fora de forma: física e intelectualmente. Obriga-nos a recuperar a energia que tínhamos quando peraltas iguais a eles. Tudo bem que é uma chance de educá-los, mas não venha querer enganá-los, fazendo-os pensar que sempre fomos ‘santos’. Ah se eles soubessem...

Se doido agrega doido e um gambá cheira outro( só pode ser falta de opção, não acham?), certeza absoluta que tenho meus comparças na hora de aprontar em sala-de-aula. Nyvea é uma dessas professsoras cheia de invencionices. De algumas travesuras pedgógicas que inventou eu participei diretamente. De outras, só atendi o mandado de tecer as palavras para ela usar de pretexto( É, escrito assim mesmo) para alguma peraltice. De mim, inspirado no Dudu- meu seguidor mirim (nós dois estudamos tabuada e espanhol por msn, mas isto é outra história), para Tia Nyvea e seus peraltas preferidos.

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